segunda-feira, 30 de julho de 2007

O tempo que resta

Sobre escolhas inusitadas

Direção: François Ozon
Título original: Le temps qui rest
Duração: 81 min
Idioma: Francês
Lançamento: Ago/2006

Um protagonista complicado, extremamente grosseiro, egoísta e infantil recebe a notícia de que lhe resta pouco tempo de vida. Nas próximas semanas, ele vai tentar fazer tudo o que sempre quis e não tinha tido chance e, ao longo do caminho aprender quais são as coisas que realmente importam na vida, até tornar-se uma pessoa mais sábia e completa (um pouco antes de partir em uma cena triste e comovente). Seria essa, dada a premissa, a evolução esperada do roteiro, porém, estamos falando de um filme francês. Então não há porque esperar qualquer lampejo de otimismo ou qualquer evolução do personagem no sentido de tornar-se uma pessoa minimamente agradável. É louvável a quebra de modelos pré-estabelecidos de um gênero (ou subgênero, no caso), mas entrei particularmente com o espírito "errado", resistente ao formato inesperado e simplesmente não consegui aceitar as escolhas do protagonista, incomodado o tempo todo com o desprezo pelas regras já acordadas da relação do ser humano com a morte. Longe de ser ruim, com seus longos e belos planos contemplativos, o filme não funcionou especificamente para mim, assim como imagino não vá funcionar para várias pessoas (já considerando apenas aquelas que se prestariam a assistir um filme francês pra começo de conversa). No final, valeu a experiência, mesmo que tenha sido apenas para perceber o quão mais fácil é aceitar a maneira como as pessoas decidem viver do que como elas decidem morrer.

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