sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O mensageiro

Drama de raiz


Direção: Oren Moverman
Título original: The messenger
Duração: 113 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Fev/2010

Um sargento do exército norte-americano volta pra casa depois de ser condecorado como herói de guerra do Afeganistão e sua última missão durante os últimos três meses de sua carreira é a de avisar as famílias de soldados mortos em batalha. Traumas pós-guerra, sentimentos de inadequação e falta de propósito somados a mães, pais, esposas e filhos recebendo a notícia de que seus filhos, maridos ou pais morreram... Quanto mais de drama um filme poderia precisar? O mensageiro explora competentemente todas a possibilidades dramáticas que sua própria premissa propicia e entrega cenas profundas, repletas de dor, pesar e desespero. Ben Foster, Woody Harrelson (indicado ao Oscar) e Samantha Norton estão ótimos como de costume e suas performances são um motivo a mais para quem estiver procurando por emoções mais fortes e intensas dar uma checada nesse filme.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Blackest Night - Flash #1-3

Informação Demais

Editora: DC Comics
Publicação: Dez/09-Fev/10
Roteiro: Geoff Johns
Arte: Scott Kolins

Mais uma semana, mais um encadernado. Dessa vez Blackest Night - Flash com a participação do(s) Flash(s) no mega-evento do ano da DC. Já de partida, na primeira página, Barry Allen? Desde quando e como esse cara voltou dos mortos (e não como um Lanterna Negro)? Essa foi só a primeira de muitas dúvidas ao longo do caminho, mas não vou ater-me a elas. Creio que com um tempo eu vá conseguindo fazer sentido dessa zona de personagens que compõe o Universo DC.

Ao contrário da mini-série da Mulher-Maravilha, essa ao menos é realemente uma história em três partes. Infelizmente, a trama principal com o Flash-Reverso é confusa até para quem acompanhou todas as suas outras aparições e me fez desistir de tentar entendê-la já de cara. Fiquei muito  mais interessado no que estava acontecendo com a Galeria de Vilões.

Das poucas histórias que li de Geoff Johns no Flash, sempre me pareceu que o interesse dele estava muito mais em criar vilões interessantes (como acontece em Batman) do que efetivamente contar alguma história do herói. Aqui não é diferente: o drama do Capitão Gelo com sua irmã chama mais atenção do que Barry Allen se tornando um Lanterna Azul (que ao contrário do que eu imaginava é a cor que simboliza a esperança - não o verde).

A história mais interessante, no entanto, a com o Capitão Bumerangue jogando pessoas para que seu pai as matasse na esperança de que ele se tornasse humano novamente, não funcionou simplesmente pelo pouco "tempo de cena" dedicada a ela. Pode ser que ela tenha sido melhor desenvolvida em algum outro título no qual o garoto apareça. Espero que sim, especialmente considerando como ela terminou.

No mais, Johns sempre entrega uma história no mínimo interessante e a arte de Scott Kollins já é de certa forma uma marca registrada do título do velocista.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A fita branca

Penitência


Direção: Michael Haneke
Título Original: Das Weisse Band
Duração: 144 min
Idioma: Alemão
Lançamento: Set/09

Inadvertidamente, assisti ao A fita branca de Michael Haneke e não entendi o auê. Digo inadvertidamente porque não liguei o diretor ao filme e não me lembrei de que ele era o responsável pelo insuportável Caché de alguns anos atrás. Se tivesse pego essa referência não teria me dado ao trabalho de assistir a quase duas horas e meias de lentas cenas em preto e branco que não levam a lugar algum.

Recordava-me que na época em que foi lançado no Brasil, a crítica falou bem do filme, alguns amigos mais intelectualizados o "amaram" e, ingenuamente, coloquei na lista de filmes a ver e fui sempre inconscientemente deixando-o para depois. Era só ter relido algumas resenhas da época para ter a certeza de que ele seria chato. Muito se falava das metáforas, do contexto histórico, de interpretações profundas e blá, blá, blá... Nenhum indício de diversão envolvida.

Se não me fiz claro ainda: A fita branca é chato, muito chato. 

E é o pior dos tipos de filmes chatos, porque é o chato que sinaliza que vai deixar de sê-lo e te impede de simplesmente abandoná-lo.

Normalmente, você percebe que caiu numa cilada já nos primeiros dez a quinze minutos do filme, como com I'm a cyborg, but that's ok ou, mais recentemente, Amor e outras drogas (esse precisou de menos de três minutos). Eu acabo continuando a ver o filme, para poder resenhá-lo depois, mas arranjo outra coisa para fazer enquanto isso (checar e-mails, brincar com o cachorro, etc.) e não precisar me concentrar em algo que, no máximo, vai ser medíocre.

Em A fita branca, a situação é diferente porque, desabafo feito e com um pouco mais de objetividade, ele realmente apresenta um retrato interessante e muito bem feito de uma época, algumas cenas isoladas são verdadeiramente carregadas de bastante tensão e há uma iminente ameaça e um horror implícito em todas elas. 

Então você continua, aguentando estoicamente as cenas mais lentas ou aparentemente despropositadas e os núcleos narrativos que parecem não acrescentar muito à trama principal - supondo que há uma e que você entendeu qual é ela. E o esperado clímax parece estar sempre quase a chegar, mas, quando menos você espera, os créditos já estão subindo pela tela. É similar àquelas músicas eletrônicas em que a velocidade da batida vai aumentando, o refrão parece estar chegando e de repente... nada, volta pro começo e a tudo continua na mesma.

Consigo até acreditar que muita gente sinceramente viu nesse filme uma obra-prima e recomendo para aqueles que acreditam que também vão gostar, mas eu particularmente só queria as minhas duas horas e meia de vida de volta (ou um pouco mais se somar às de Cachè a elas)...

Ok, capitulo e aceito que minha inteligência e sensibilidade são limitadas demais... Um blockbuster pra viagem, por favor!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Blackest Night - Wonder Woman #1-3

Difícil Retorno


Editora: DC Comics
Publicação: Dez/09-Fev/10
Roteiro: Greg Rucka
Arte: Nicola Scott



Depois de voltar às revistas da Marvel através de The Siege, hora de tentar retornar também ao Universo DC, dessa vez através do mega-evento Blackest Night. Infelizmente, essa jornada será muito mais longa e mais turbulenta.



Parei de acompanhar as publicações da DC há muito mais tempo que as da Marvel e mesmo na época em que ainda as lia, a DC tinha personagens demais com ligações demais entre eles e uma cronologia confusa e longa demais para mim.



Essa mini-série que foca na participação da Mulher-Maravilha no evento talvez não tenha sido a escolha certa como porta de entrada. Ao contrário do que acontece nas edições e mini-séries de Siege, essa não se sustenta independente do que acontece na mini-série principal. São três edições com três histórias completamente diferentes uma das outras e que acontecem em momentos distintos, sem uma sequência lógica.



Na primeira, Diana enfrenta o "Lanterna Negro" Maxwell Lord que ela mesmo matara em um evento anterior (creio que tenha sido Crise Infinita). Aparentemente, apesar de possuir as memórias e poderes do falecido, esse Lanterna Negro não é mais que um anel tomando posse do cadáver de Lord.



A segunda já começa com Diana transformada em um "Lanterna Negro", apesar de isso não ter acontecido na última edição e de não haver qualquer referência a onde isso possa ter acontecido. Para piorar, Diana mata a Moça-Maravilha (Cassandra) e eu fiquei pensando: será que essa edição é tão importante que eu estou presenciando a morte de um personagem relevante da editora logo de cara? Não era.



A terceira até segue no gancho do final da segunda, mas não acontece muita coisa de relevante nela. Uma certa Carol que não conheço aparece e Diana vira uma "Safira Púrpura" ou coisa que o valha. Aliás, esse é um dos pontos mais interessantes: aparentemente, o universo dos Lanternas Verdes virou um universo de Lanternas Arco-Íris. É um festival de cores com emoções ligadas a cada uma delas. Mera (que entendi ser a amada do apartentemente falecido Aquaman) aparece usando um anel de cor vermelha (raiva) e  mais pro final Hal Jordan (Verde/Esperança) aparece acompanhado de Lanternas Amarelos, Azuis etc.



É uma verdadeira confusão que me fez ter certeza de apenas uma coisa: assim que colocar as edições mais recentes em dia, vou ter que voltar algumas fases para trás e dar uma checada no que aconteceu durante as duas últimas Crises (Infinita e Final) e também durante a Sinestro Corps War.



E aparentemente, assim como a Marvel saiu de Siege entrando na sua "Era Heróica", a DC vai entrar no seu Brighest Day. Já estava na hora mesmo de sair da Idade das Trevas que começou lá longe em meados dos anos 90 nas duas companhias e finalmente dar uma aliviada no drama e no sofrimento das histórias



Enfim, Greg Rucka entrega diálogos interessantes em meio a um roteiro truncado e confuso, cuja culpa é apenas parcialmente do autor. E Nicola Scott, cujo trabalho eu não conhecia até essa mini-série, garante uma arte competente.

Boa história, mas péssima porta de entrada.