terça-feira, 29 de junho de 2010

Memphis Beat S01E02 - "Baby, Let´s play house"

Exageros Preocupantes

Juliette Lewis faz mais uma participação bastante especial para Jason Lee. Digo "mais uma" porque ela já esteve em My name is Earl como uma das ex-namoradas malucas de Earl. Dessa vez, ela é uma jovem mãe com dois filhos aparentemente abandonada pelo marido. Uma história bem simples e sem grandes surpresas, mas que entretem.

Contudo, continuo incomodado com a "teatrilidade" das atuações. Ela acaba com a credibilidade da história. As falas não parecem vir de personagens, e sim de atores com total consciência de que as estão declamando, ainda que evidentemente estejam se divertindo com isso. Sei que isso é um dos elementos de "diferenciação" da série, mas ele definitivamente não combina com o caráter policial dela.

Nessa mesma linha, a capacidade analítica do detetive Dwight é minada pelo estilo de Jason Lee. O ator parece estar tirando sarro da quantidade de informação que seu personagem consegue deduzir. Quando ele está brigando com o namorado da mãe, interagindo com sua namorada ou simplesmente dublando Elvis, tudo vai bem. Porém, quando chega a hora do lado supostamente sério da história, parece uma brincadeira entre amigos.

Por enquanto, Memphis Beat é um bom entretenimento, mas se seguir nessa fórmula vai cansar em muito poucos episódios.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Estréia: Huge

O de sempre, versão GG

A protagonista de Huge e também as principais coadjuvantes estão todas pelo menos uns 20 kilos acima do seu peso ideal. Mas não se deixe enganar, pois posta de lado a questão estética, essas adolescentes não são em nada diferentes das patricinhas de Gossip Girl ou Beverly Hills 90210. Elas humilham umas às outras, fazem intrigas, deduram as amigas na melhor das intenções e disputam a atenção dos garotos "robustos" do acampamento/spa da série.

Huge estreou há duas semanas no ABC Family e é protagonizada por Nikki Blonsky, a gordinha de Hairspray. Algumas personagens até são bastante interessantes, como a “rival” de Blonsky, interpretada por Hayley Hasselhoff, que parece ser uma bitch, mas você percebe que ela não é naturalmente ruim e sim está tentando se defender na "selva de hormônios" do acampamento.

Se você gosta de dramas adolescentes, Huge parece ser para você: a série é bem produzida, o elenco dá conta do recado e o roteiro é, no mínimo, satisfatório. No meu caso, só seguiria acompanhando se ela se levasse menos a sério e aproveitasse melhor as oportunidades humorísticas naturais do tema (ainda mais com uma atriz como Nikki no elenco). Na linha do "no fundo, todos são iguais, não importa o tamanho", ela se diferencia muito pouco de outras do gênero. E, sinceramente, minha paciência e tempo disponível para dramas "malhação" hoje em dia são escassos.

Persons Unknown S01E04 - "Exit One"

Dividir sem conquistar

Mais uma semana, mais um episódio de "Persons Unknown" para me deixar divagando sobre o que poderia ter sido... Dessa vez, ao invés de seguir um eixo principal, a história divide-se em três subtramas paralelas e apenas uma delas é satisfatória.

Na primeira delas, Joe e Janet aprofundam sua relação durante uma oportunidade de escapar da cidade. Se você desconsiderar que as reações dela parecem às vezes um pouco histéricas demais, essa é justamente a trama que funciona. Contudo, é preciso ter fé que os elementos "exóticos" como o taxista árabe, o caminhão negro misterioso à la "Encurralados" e mesmo o enxame de abelhas tenham todos um propósito e não sejam o propósito em si mesmos. Sigo acreditando!

A segunda, dedicada a desenvolver Toti Fairchild sofre de execução precoce. Se houvesse mais tempo para criarmos empatia pela personagem, se a sua tentativa de sedução do conciérge fosse menos óbvia e mais gradual, se ela não tivesse regurgitado toda a sua história de abuso de uma só vez naquele coreto e isso fosse sugerido aos poucos, talvez a personagem tivesse funcionado bem e qualquer virada que ocorresse com ela no futuro teria bastante impacto. Contudo, aparentemente, eles queriam tirá-la logo da série e perderam mais uma boa oportunidade.

Na trama de Charlie e Bill, o problema é outro: irrelevância. Mesmo que Charlie efetivamente tivesse sufocado Bill ou que ao menos algo parecido venha a acontecer em episódios futuros, o impacto é muito pequeno, porque são dois personagens que não geram qualquer interesse e que até o momento não parecem servir para qualquer coisa na trama maior. Nesse caso, ao contrário do de Tori, quanto antes tirá-los da história ou transformá-los em personagens relevantes, tanto melhor.

Os três minutos finais seguraram o episódio na classificação média. A virada repentina e inesperada, o local, a iluminação e a música de fundo remeteram muito à bons momentos "escotilha" de Lost. Porém não dá para sustentar uma série só nos ganchos surpreendentes. O episódio anterior pelo menos construiu uma trama interessante para os trinta e poucos minutos anteriores, espero que eles voltem pelo menos a esse patamar no próximo.

Ps. - Não havia comentado ainda: a abertura da série em tons cinzas e música sinistra é definitivamente muito boa.

domingo, 27 de junho de 2010

True Blood S03E03 - "It hurts me too"

Ainda marcando passo

Alerta: o texto abaixo pode conter revelações não desejadas desse episódio que ainda não foi ao ar no Brasil.

Como na semana anterior, pouca coisa aconteceu em Bon Temps (ou em Jackson). As subtramas continuam marcando passo ou simplesmente não encontraram ainda uma direção a seguir. Exemplos: a rebeldia (quase) sem causa do irmão de Sam e sua família desajustada não geram emoção ou tensão alguma e Jason querendo se tornar um policial daria um bom websódio, preenche tempo, é divertido, mas não contribui para a trama (se houver alguma). De maneira geral, Parece que há algumas idéias legais na cabeça dos roteiristas, mas por enquanto pouca história pra contar.

Os lobisomens seguem como um conceito em desenvolvimento com pouca diferenciação (além das óbvias) para torná-los interessantes. O bar visitado por Sookie é praticamente idêntico ao Fangtasia ou outros ambientes frequentados por vampiros. Talvez se eles começarem a aprofundar-se na idéia da "matilha" e consolidar os lobisomens como um grupo menos hierarquizado que os vampiros, porém mais unido (parece ser o caminho para onde estão seguindo), ou mesmo evoluírem logo com a questão do envolvimento com o nazimsmo, talvez os lobos comecem a funcionar.

Falando em lobos, mais uma nova personagem é introduzida em uma trama já carregada delas e que não está conseguindo evoluir com nenhuma. Para piorar, é mais um para ficar inexplicavelmente apaixonado por, ou no mínimo intrigado com, Sookie. Está passando a hora de darem dicas do porque dessa obssessão de todos com a garota. Espero que logo venham algumas.

De interessante mesmo, apenas a subtrama com o misterioso Franklin, o vampiro que seduz Tara, decepa o cadáver do homem que Jessica acidentalmente matou e está fazendo perguntas sobre Sookie e Bill a quem quer que apareça na frente. A personagem tem carisma e essa é praticamente a única trama na temporada até agora em que você já tem a sensação de que algo de bom vai sair dali, mesmo que você ainda não faça idéia do que seja.

Por fim, vale comentar que o momento exorcista da cena final foi puro choque gratuito e tirou parte do impacto de uma cena que com menos exageros seria relevante por si só. A relação ódio-subserviência de Bill e Lorena é um dos pontos altos da série e acredito que a obssessão dela deve render muitos bons momentos ainda.

PS. - A micro-participação de Pam também deu uma levantada nesse episódio sem muitos destaques, espero que continuem a dar mais espaço para a personagem e a coloquem em alguma trama própria (depois que fecharem algumas das infinitas outras, é claro).

Scoundrels S01E02 - "Mary, Mary, Quite Contrary"


Uma contra todos 

Todos os membros da família West conseguem empregos honestos ou simplesmente deixam os "maus hábitos" para trás. E todos sem exceção descobrem que a vida de um ex-fora-da-lei é muito mais difícil e complicada do que imaginavam. Para Cheryl, em especial, tudo é ainda mais difícil porque todos os outros membros da família estão jogando no time adversário. 

Em "Mary, Mary...",  a matriarca da família West enfrenta o preconceito e o abuso de seu novo chefe e continua a aguentar as provocações e a desconfiança do Sargento Mack em uma trama simplista e ingênua demais para gerar interesse. Cal segue numa outra trama totalmente telegrafada envolvendo a mulher do patrão que não funciona simplesmente não acrescenta nada de novo a uma situação batida. 

Esse segundo episódio já foi um pouco melhor que o anterior, mas a série ainda não acertou nem no drama, nem na comédia. Scoundrels é divertido e não ofende, mas, por enquanto, ainda é leve e esquecível demais para sequer entrar na categoria "promissor".

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Estréia: Rookie Blue

McNallys' Anatomy

Não me surpreendi em nenhum momento sequer durante a estreia de Rookie Blue na ABC. Não vou me surpreender nos próximos episódios também, porque não pretendo continuar seguindo a série. E não me entenda mal, ela não é ruim. É muito bem produzida, os diálogos seguem perfeitamente o manual e todos os elementos narrativos que você espera de uma série policial ou dramática estão lá. Então, se é isso que você está procurando, Rookie Blue entrega satisfatoriamente.

A estória segue cinco policiais novatos genéricos em seus primeiros dias de trabalho em uma delegacia genérica de uma cidade genérica. O elenco parece ter descido para o set de gravação direto das passarelas da São Paulo Fashion Week. Todos, sem exceção, são bonitos, especialmente a protagonista Missy Peregrym. Vale deixar claro que não são atores ruins, ainda que nenhum tenha demonstrado também qualquer capacidade dramática mais elevada (não que o roteiro tenha exigido muito). O problema é que o realismo passou ao largo. Nem por um segundo a delegacia se parece com uma delegacia ou os atores se parecem com policiais.

Quanto ao roteiro, imagine uma cena inicial em que você apresenta os personagens de forma que pareça que você já está seguindo a história. Um deles chega muito antes dos outros e já vai se apresentando empolgado para o serviço para um policial mais antigo e cínico que desdenha da energia do novato; outro chega de bicicleta, porque é isso que os liberais que adoram bandidos fazem, outra se esconde no carro quando um deles passa porque estava beijando um veterano, e a protagonista chega atrasada, toda estabanada no final. Pronto, você praticamente já sabe tudo que precisava sobre os personagens, nada vai mudar nos próximos quarenta minutos. Eles serão os estereótipos que pareciam ser.

A maioria dos momentos dramáticos é telegrafado. Quando a mocinha corre atrás de um suposto bandido e parece que está mandando muito bem, você sabe que aquilo vai dar errado. Quando você descobre que o bandido era um policial disfarçado, você sabe que ele vai virar o interesse romântico dela logo, logo. Quando você descobre algum dado sobre a vítima, você sabe que o caso está relacionado a ela e não ao bandido, etc.

Porém, o mais irritante mesmo é ver a versão policial de McDreamy e McSteamy de Grey's Anatomy. Os dois são policiais veteranos, sendo que um é bonito, bonzinho, sensível e apóia a heroína. O outro é um bad boy, tem atitude e vive às turras com ela. Quem será que vai ficar com McNally? Quem se importa?

Rookie Blue é bem produzida, mas é completamente desnecessária e não tem nada que a diferencie de outras séries. A única boa notícia é que fãs de Grey's Anatomy passam a ter mais uma opção agora: quando ficarem cansados do ambiente hospitalar, podem conferir o que está acontecendo com as mesmas personagens quando elas estão trabalhando na delegacia. Assim como The Deep End, o Grey's Anatomy dos tribunais que mal sobreviveu a uma midseason, é difícil acreditar que essa vá muito longe também.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Memphis Beat S01E01 - "It's alright Mama"

Na batida (quase) perfeita

Se não por outro motivo, Memphis Beat vale uma conferida somente pela trilha sonora calcada em blues e rock como os de Elvis, Rufus Thomas e Sam Cooke. A série estréia no midseason da TNT no midseason com Jason Lee (o Earl de My name is Earl) no papel de um policial exótico que personifica o "rei do rock" nas hora vagas e prefere seguir seus instintos aos procedimentos forenses.

Assisti esse piloto logo depois do nada original Rookie Blue e o choque de qualidade talvez tenha me deixado mais propenso a falar bem dessa série do que talvez ela mereça. De qualquer maneira, além da trilha sonora, o outro destaque fica por conta da verdadeira protagonista: Memphis. O primeiro caso de Dwight Hendricks (Lee), por exemplo, envolve uma grande estrela da era do rádio que supostamente faz parte da "alma" da cidade.

Personagens pitorescos, sotaque sulista peculiar, belas tomadas aéreas da cidade, locações em pontos turísticos, tudo está lá para fazer Memphis brilhar. Ainda que não seja tão diferente assim do que estamos acostumados, porque afinal de contas ainda estamos falando dos Estados Unidos, pelo menos não é uma figurinha carimbada como Los Angeles, Nova York, Miami etc. Há um sabor e, principalmente um som, todo especial sobre Memphis.

Além disso, os diálogos tentam ser um pouco menos "by-the-book" que no caso de Rookie Blue, ainda que acabem um pouco exagerados e forçados. Busca-se um caráter  "único" para as personagens e não uma caricatura genérica (e ao menos aqui, policiais minimamente parecem policiais), só que tudo acaba teatral demais, principalmente na atuação de Jason Lee. O ator parece estar o tempo todo consciente de que está atuando e você sente que às vezes ele está parodiando sua própria personagem, algo que funcionava muito bem no nonsense de My name is Earl, mas que atrapalha em um contexto mais sério como o de Memphis Beat.

A nova série da TNT tem um clima legal, é divertida, tem bom elenco e bastante potencial. Ainda falta muito, no entanto, para encontrar a batida certa no roteiro e no tom das personagens, mas em uma cidade com filhos como Jonny Cash e Otis Redding, achar o ritmo não deve ser tão complicado.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Persons Unknown S01E03 - "The Way Through"

Personagens Desconhecidos


Mais um episódio da única série realmente promissora entre as estréias do midseason até o momento. E mais um episódio que de maneira correta gira em torno de um problema específico com começo, meio e fim, mas que simultaneamente adianta a trama maior e (supostamente)  aprofunda a caracterização dos personagens.

O conflito da semana foi gerado por recursos insuficientes para salvar a todos de uma ameaça iminente. E as respostas das personagens foram variadas ao longo dos quarenta minutos: uma cede o recurso à outra por obrigação moral, outra  tenta convencer as outras de que a vida dela é mais importante por ter outras pessoas dependendo dela, outra simplesmente pega à força, outra ignora o dilema dos outros porque já tem o seu recurso garantido etc. Estruturalmente falando, a história funciona bem, o grande problema que realmente arrasta a série pra baixo e impede que ela atinja seu potencial é outro. 

Os diálogos são muito mal escritos e boa parte do elenco também não ajuda na hora de passar um mínimo de credibilidade para essas falas ruins. De maneira geral, são falas que transformam as personagens em narradores do jogo e não pessoas de verdade vivendo uma situação limite.

Um dos exemplos mais nítidos entre os que consigo me lembrar é quando o sargento diz "esse gás é de alta toxicidade" ou algo parecido, logo após Janet e Charlie ficarem presos numa sala com o tal gás. O militar não estava lá e não havia qualquer evidência para que ele fizesse essa análise, mas a história necessitava que o expectador acreditasse que o gás era uma ameaça para que o dilema funcionasse, então colocam uma das personagens para verbalizar a questão e nisso derrubam a premissa que estavam querendo levantar.

Outro problema é novamente a reação das personagens às pressões. Janet sai quebrando tudo e ameaçando as outras pessoas depois de ver uma pintura de sua filha com sua mãe. Uma reação totalmente absurda e incompatível com como a personagem se porta o resto do tempo que ao invés de criar tensão, joga o expectador pra fora da história.

Enquanto os diálogos não melhorarem, o roteiro não deixar de impor alterações bruscas de personalidade às personagens e os atores não colocarem um pouco mais de emoção genuína no que estão fazendo, não há como nos importarmos com o que acontecem com essas "persona unknown" e, por consequência, não nos importamos com nenhuma das situações-limite que eles são obrigados a enfrentar.

Mais uma vez, a série acerta na estrutura do episódio, mas erra feio na caracterização e um sem o outro não consegue manter um programa desse tipo por muito tempo.

Continuo na esperança que semana que vem melhore!

Ps.- A virada do final foi bem interessante e garantiu pelo menos um Código 3 para esse episódio!

domingo, 20 de junho de 2010

Estréia: The Gates

O Crepúsculo de Wisteria Lane


The Gates, mais uma das tentativas da ABC de emplacar alguma coisa nesse midseason que possa preencher o vácuo deixado por Lost, é o que acontece quando você junta Desperate Housewives com Crepúsculo e Charmed no liquidificador, só que a soma das partes é muito menor do que qualquer um dos elementos sozinhos (o que, com exceção de DH, já não é muita coisa para começo de conversa).

O "The Gates"do título é uma comunidade fechada de casas luxuosas de vida independente com escolas, lojas, segurança etc. Mas por trás da pacata fachada suburbana... (surpresa!) escondem-se segredos em cada um daqueles casarões fakes como a Casa da Barbie. 

Se não fosse pelos vampiros, lobisomens e bruxas que compõe aparentemente boa parte da população de "The Gates", a história não conseguiria mais que bocejos com suas tramas clichês (garoto novo na escola se apaixona pela namorada inteligente do atleta ciumento, casamento em crise porque o marido policial é obcecado pelo trabalho etc.).

Confesso que fiquei com vontade de ver mais pelo menos alguns episódios para checar se eles vão colocar ainda alguns zumbis, múmias ou coisas do tipo, mas tem muita coisa estreando na TV nesse midseason e realmente acho que vou deixar passar essa "oportunidade". 

E, tudo bem, alguém poderia dizer que True Blood joga mais ou menos no mesmo campo e é muito boa, mas, sinceramente, assista o episódio piloto de um e de outro e você vai ver rapidamente que o campo pode até ser o mesmo, mas os jogos são completamente diferentes

True Blood S03E02 - "Beautifully Broken"

Morno e quase insosso

Alerta: o texto abaixo pode conter revelações não desejadas desse episódio que ainda não foi ao ar no Brasil

"Só temos B+ e o micro-ondas não está funcionando" - diz Tara para um misterioso cliente do bar no episódio de True Blood desse último domingo (20/06). Essa fala sintetiza bem o espírito de "Beatifully Broken", que também foi nos servido, no máximo, morno. Depois de uma estréia agitada, esse segundo episódio marcou passo e não tivemos praticamente nada de memorável acontecendo.

Algumas das poucas sacadas legais foram o banquete em Mississipi mostrando várias maneiras de se preparar e servir sangue e a expectativa de penetrarmos no passado, até então nada espetacular, de Sookie Stackhouse. A personagem bem que está precisando de um pouco de background que justifique o interesse de vampiros e outros seres especiais, como Sam e Maryann, por ela.

Os lobisomens, a bola da vez, não empolgaram e tudo indica que isso não deve mudar ao longo da temporada. Da maneira como foram retratados até agora, eles são um downgrade em relação à Sam (e sua recém-descoberta família transmorfa) que podem transfigurar-se em qualquer outro animal. Espero que o ângulo se altere e que a referência ao nazismo seja algo mais que um artifício para chamar a atenção para um conceito sem força própria.

True Blood está correndo com várias (e demasiadas) histórias paralelas, uma para cada personagem, inclusive para os coadjuvantes menores. Não parece haver qualquer ligação entre essas histórias e, para piorar, com exceção da do vampiro que parece ter informações sobre a origem de Sookie, nenhuma mostrou ainda algo que possa despertar o interesse do expectador.

O ritmo frenético do primeiro episódio, por enquanto, parece ter sido só para desviar atenção da falta de tramas fortes nesse começo de temporada.

Quero acreditar, no entanto, que logo alguma das subtramas vá encontrar a direção correta. Vamos ver!

Scoundrels S01E01 - "And Jill came tumbling after"

Uma série à procura de um rumo na vida

Scoundrels (algo como "Patifes" em português) é entretenimento sem comprometimento e acho difícil que os produtores estejam querendo muito mais do que isso. Não parece ser um programa que vá arrastar legiões de fãs com mistérios sem solução, quebra-cabeças médicos  ou dramas refinados com atuações viscerais à la HBO.

A premissa é simples: com o patriarca indo passar um longo período na cadeia, família de malandros/trambiqueiros (o uso dessa palavra ainda é aceitável?) que vive de pequenos golpes e crimes menores e sem violência resolve se endireitar. A pergunta óbvia é se realmente o passado deles não impedirá que sigame em frente pelo novo caminho ou se simplesmente eles saberão viver sob valores completamente diferentes dos que estão acostumados. 

Os atores dão conta do recado e sem suspeitar já estava simpatizando com a personagem mais improvável, a suposta "loira burra" muito bem interpretada por Leven Rambin. Outros membros da família incluem Virginia Madsen, que já foi indicada ao Oscar por Sideways, em 2004 e Patrick John Flueger um dos protagonistas da série The 4400.

É difícil dizer se Scoundrels vai dar em alguma coisa só pelo Piloto, mas vou ao menos dar mais uma ou duas semanas para ver se os roteiristas surgem com alguma trama que me prenda a atenção. Os personagens não me cativaram logo de cara, mas talvez com um pouco mais de tempo, eles garantam uns quarenta minutos de diversão por semana sem muito compromisso.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

No cinema, essa semana...


Quebrando tudo!

Ao longo dos próximos dias, vou postar aqui minhas impressões sobre:

Kick-Ass - Um dos mais esperados filmes baseado em quadrinhos do ano!
O Profeta - Francês que coleciona boas críticas e já levou vários prêmios pra casa.
Sede de Sangue - Nova investida do diretor de Oldboy, só essa informação já é o suficiente para dar uma conferida
Toy Story 3 - Uma animação da Pixar é sempre no mínimo uma boa maneira de passar o tempo.

Outros filmes estreando também essa semana, mas que não pretendo conferir:

A jovem Rainha Vitória - "Dramance" de época não é exatamente meu gênero favorito
Em busca de uma nova chance - "Casal lidando com a morte de um filho" sempre gera algo interessante, mas depois de tantos outros bons similares (Entre quatro paredes, O quarto do filho, Anticristo) e com tantos filmes estreando nessa semana, acho que esse vou deixar passar
No meio do mundo - Documentário sobre a vida e sonhos de dois garotos no interior de Pernambuco, nada que você volta e meia já não veja na TV

Se alguém for ver algum desses e achar que vale a pena (nem que seja para ver depois em DVD), não esqueça de deixar um comentário!

Toy Story 3

 
Obra-prima da Pixar
Direção: Lee Unkricht
Título Original: Toy Story 3
Duração: 103 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Jun/10

Esse post poderia resumir-se a uma frase: Vá ao cinema e veja esse filme!

Até seria melhor que você parasse de ler por aqui e fosse sem muitas expectativas para o cinema e simplesmente aproveitasse.

Se quiser mais algum incentivo, vale saber que Toy Story 3 é o pacote completo:

Você ri com várias sacadas espertas;
Você chora em momentos emotivos e melancólicos;
Você gruda na cadeira em cenas tensas;
Você vibra com cenas de ação empolgantes e bem executadas;
Você se surpreende com viradas inteligentes na história;
Você fica embasbacado com a qualidade da animação e o ótimo uso do efeito 3D;
Você fica triste quando o filme acaba porque queria poder passar mais tempo com aqueles personagens, mesmo sabendo que a história termina como e quando deveria terminar...

E o único problema de Toy Story 3 é esse... em determinado momento, você tem que se levantar e voltar para a casa... ainda que se sentindo leve e recompensado.

Enfim... Vá ao cinema e veja esse filme!

Kick-Ass - Quebrando Tudo

Violência estilosa e sem-noção

Direção: Matthew Vaughn
Título Original: Kick-Ass
Idioma: Inglês
Lançamento: Jun/10

Some a violência plástica de Sin City às fantasias adolescentes de Homem-Aranha e ao sarcasmo paródico de Shaun of the Dead e você acaba com algo parecido à Kick-Ass. O filme é baseado em uma Graphic Novel de sucesso de Mark Millar, o mesmo de Authority e Ultimates, mas toma "liberdades criativas" consideráveis em relação à obra original. Inexplicavelmente isso não gerou muitos protestos da polícia nerd de plantão.

Kick-ass é uma história de super-herói supostamente "realista" e uma paródia com clichês mais sem-noção do gênero que funciona muito bem. O protagonista lembra Tobey Maguire, o Homem-Aranha, e várias cenas e falas remetem ao filme do aracnídeo e às histórias do herói nos quadrinhos. 

Aaron Johnson está muito bem no papelo principal, mas o melhor de Kick-Ass é mesmo Hit-Girl (Chloe Grace Moretz). A desbocada e cinícagarotinha é a verdadeira super-heroína do filme, treinada para ser perigosa e violenta desde muito nova e durante todos os seus míseros 11 ou 12 anos de vida.

Bem-humorado, divertido e estiloso, o filme tem seus defeitos, mas é certamente uma boa opção para passar o tempo. No mínimo, dar uns sorrisos com algumas das boas sacadas ou ficar chocado com as cenas nada politicamente corretas.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Estréia: Hot in Cleveland

Sex in the City sem o Sexo e sem a Cidade

Três mulheres de meia-idade (uma solteira, uma recém-divorciada depois de anos de casamento e uma multidivorciada) estão em um avião com destino à Paris que é acaba tendo que fazer um pouso forçado em Cleveland, Ohio. Obrigadas a passar a noite na cidade, elas decidem ir a um bar local e descobrem que, não como em Los Angeles onde vivem, em Cleveland homens de sua idade olham para elas e as mulheres bebem cerveja e comem frituras sem se maritirizar por isso.

A premissa não é ruim, mas as piadas são na maioria ingênuas e algumas delas são do tipo telegrafadas (desde a primeira fala você já sabe como vai ser a última do diálogo). O elenco principal, apesar de não ser ruim, não conta com ninguém que possa levar a série nas costas e compensar os momentos mais fracos (como é o caso de Big Bang Theory).

Wendie Malick sai-se bem e é a melhor das atrizes, mas ela repete a mesma personagem "extravagante" da finada "Just Shoot Me"; Jane Leeves já viu dias melhores em Frasier, sua personagem não ganha boas falas, pelo menos não nesse episódio, e seu sotaque é característico demais para conseguirmos separá-la da personagem que interpretou por onze anos; Valerie Bertinelli, por sua vez, é, no máximo, aceitável.

Completanto o elenco principal, temos a "conciérge" da casa que as três decidem alugar em Cleveland, que é interpretada por Betty White, da pré-histórica série Supergatas (da mesma época de Super Vicky). Interpretar, nesse caso, é um termo um pouco frágil, porque é difícil saber se ela está fazendo uma velhinha levemente senil ou se simplesmente ela já é uma velhinha levemente senil para quem entregaram algumas falas.

Creio que as mulheres terão mais facilidade em identificar-se com os dilemas e com as piadas da série, e iria mais longe ao dizer que é possível que o programa esteja mirando num público-alvo bem específico, ou seja, mulheres na mesma faixa etária das protagonistas. Não deve ser um conjunto pequeno e os comerciais conseguem ser bem melhor direcionados, o que deve garantir pelo menos uma temporada para série.

Bom, fica a dica para esse grupo do último parágrafo, mas acho que minha experiência com as garotas "quentes" de Cleveland pára já por aqui no episódio-piloto.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Persons Unknown S01E02 - "The Edge"

Jogo perigoso

Alerta: o texto abaixo pode conter informações não desejadas desse episódio que ainda não foi ao ar no Brasil.

Persons Unknown mantém o mesmo nível de interesse da semana anterior, apesar de passar praticamente o episódio inteiro martelando em cima de um prego só. Os "raptados" tentam de várias maneiras sair da cidade só para descobrir que, como ainda é a segunda parte da história, eles simplesmente não vão conseguir.

Tudo muito bom e divertido, só que infelizmente a série começou perigosamente a brincar de "Lost" na cena em que eles acabam retornando à cidade depois de dirigirem para longe dela por algum tempo. É fácil construir explicações para isso sem cair no sobrenatural ou no mirabolante, mas não consegui evitar o receio de que aliens ou ilhas misteriosas estejam envolvidos nessa trama.

Além disso, as cenas fora da cidade continuam sendo, no mínimo, inconvenientes. Elas simplesmente parecem não ter ponto algum e cada vez que aquele jornalista aparece, dá vontade de levantar para ir pegar uma água ou assistir um programa melhor. Vamos esperar pra ver se essa sub-trama começa a render alguma coisa logo. 

Para terminar, o final do episódio foi totalmente anti-climático e desperdiçou a tensão do "matar ou não matar" numa cena sem grande apelo. Para que ela funcionasse, teríamos que ter sido convencidos do desespero de Janet. Mas como isso poderia acontecer se foi permitido que ela falasse com a filha, visse que ela estava bem e, melhor, na casa da avó e não perdida por aí. Quão ruim afinal pode ser a avó? Essa é a resposta que vai determinar o quão ruim ou não foi essa cena.

Sigo torcendo para que na semana que vem esses problemas menores já tenhma desaparecido.

domingo, 13 de junho de 2010

Thor #604-606

Batalha épica na Latveria

Editora: Marvel Comics
Publicação: Fevereiro a Março/2010
Roteiro: Kieron Gillen
Arte: Billy Tan

Cyberasgardianos? Sério?

Em certas ocasiões a mistura de universos narrativos completamente distintos acaba gerando aberrações que tiram qualquer ponta de seriedade de uma história. Nesse caso, os universos mesclados são o mitológico escandinavo de Thor e o tecnofantástico do Quarteto e do Dr.Destino. Gillen (substituindo temporariamente Straczynski) tenta criar momentos de intensidade dramática a partir dessa situação, mas não funciona simplesmente porque o conceito em si já é equivocado. 

Colocando de lado esse problema específico no roteiro, vale dizer que Latverian Prometheus, apesar de ser apenas uma cena de batalha estendida por três edições, é uma cena bem executada. Os diálogos são positivamente rebuscados, conferem um ar Histórico à batalha e, como tem sido por toda a atual fase do deus do trovão, conseguem captar a essência dos personagens, em especial Loki, Blake e os Três Guerreiros. 

A única personagem que ainda me incomoda é Balder que continua sendo tratado como um peão, jogado de um lado para o outro e sendo levado pelos eventos, a ponto de até a própria personagem verbalizar o problema. É verdade que essa situação tem sido necessária para que as idéias principais de Straczynski para a série sejam implementadas, mas fiquei decepcionado em ver que a promissora mudança de status da personagem em edições anteriores não foi aproveitada melhor. Continuo a seguir a trama para ver se ainda haverá outras viradas no roteiro que alterem essa percepção. 

True Blood S03E01 - Bad Blood

Com as presas de fora


True Blood voltou como se não tivesse ficado fora do ar por mais de nove meses e o primeiro episódio da terceira temporada deixou a sensação de que simplesmente fomos nós que esquecemos de continuar assistindo na semana seguinte.


Todos os plots abertos e logo interrompidos abruptamente no episódio final da segunda temporada (algo que deixou diversos fãs bastante irritados) continuaram imediatamente do ponto onde pararam, alguns repetindo inclusive a mesma cena antes de seguir em frente. 


Dessa maneira, a terceira temporada já começa com o pé no acelerador e não precisa se preocupar em introduzir nenhum novo arco... e dá-lhe Andy e Jason lidando com o assassinato(?) de Eggs, Sookie chamando a polícia para notificar o sequestro de Bill, Jessica lidando com as consequências de seu ataque pós-término, Sam já está na pista de seus pais etc. 


Algumas boas escolhas desse episódio e que devem continuar ao longo dessa temporada: o aumento da relevância de uma ótima personagem, interpretada por uma atriz competente - Pam, a vassala de Eric; e a escalada da carga sexual da série - praticamente o elenco inteiro aparece nu, semi-nu ou em situações de alta tensão erótica. 


Por fim, apesar de ter sido sinalizada desde a primeira temporada, a "surpresa" no final deixou um gostinho amargo pela inevitável comparação com outra série de livros/filmes de sucesso protagonizada por vampiros. Contudo, do que já conhecemos de True Blood, certamente teremos um approach muito melhor do tema. 


Em tempo: ainda que a princípio parecessem totalmente inofensivos, os minisodes que foram ao ar nas semanas anteriores ao retorno da série pelo menos ajudam a relembrar os principais conflitos e de uma maneira ou outra são referenciados nesse episódio, ainda que assistí-los não seja essencial para a compreensão do enredo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Glee - Primeira Temporada

É ruim, mas é bom

Glee é daquela séries que você até gosta, mas não conta pra ninguém que assiste. Você sabe que é ruim, mas ainda assim continua esperando pelo próximo episódio, nem que seja para ver quais vão ser as músicas que vão aparecer e em que situação.

E a porção musical é justamente o que, na maior parte do tempo, realmente funciona. Especialmente quando os momentos musicais são inseridos no contexto ou parecem seguir naturalmente como parte e complemento da história principal. Um exemplo seria quando Artie começa a cantar Dancin' with myself numa sequência que pareceu natural ao que estava acontecendo no momento e mostrava exatamente o que o personagem estava sentindo e o que queria expressar. As cenas musicais são terríveis, no entanto, quando são simplesmente uma apresentação per se e que não fazem o menor sentido na trama como aquele coral gigantesco cantando Like a Prayer para ninguém em especial.

Já a porção comédia da série é irregular e, basicamente só funciona quando a atriz Jane Lynch está em cena com sua divertida Sue Sylvester. Suas falas são inspiradas, seu timing de comédia é espetacular e, a personagem é uma das poucas com personalidade desenvolvida e consistente. Ela é supostamente uma "vilã", mas nós conseguimos empatizar com ela e tentar entender suas atitudes. Os outros poucos bons momentos de humor ficam normalmente a cargo de Kurt, excluindo as piadas gays óbvias, e Britany, que aparece pouco, mas volta e meia solta umas inesperadas frases absurdas.

Por fim, o lado drama quase nunca funciona. Isso deve-se à irritante inconsistência das personagens entre um episódio e outro. É impossível você se importar com qualquer coisa que aconteça com elas, porque você já sabe que no próximo episódio aquilo vai ser sumariamente ignorado ou revertido em questão de segundos. Essa tendência ficou ainda mais forte na segunda metade da temporada, quando os episódios começaram a ficar cada vez mais e mais "temáticos" e os roteiristas alteravam os personagens dependendo do que fosse necessário para aquele dia específico.

A segunda temporada já chega em setembro com novos personagens e episódios especiais já programados dedicados a Britney Spears e Coldplay e possíveis participações especiais de Jennifer Lopez e Susan Boyle. Não tenho muitas esperanças de que o nível de Glee vá melhorar (o mais provável é que fique ainda mais simplório), mas, no final, o importante não levar o programa à sério e simplesmente desligar o cérebro pelos quarenta minutos.

Uma lista de alguns bons episódios dessa primeira temporada:

Ep. 01 - Pilot porque você ainda não sabia que aquelas cativantes personagens renegadas seriam tão voláteis a ponto de não ser reais;
Ep. 06 - Vitamin D pelas apresentações de mash-ups anfetaminadas de It´s my life/ e Halo/Walking on sunshine;
Ep. 12 - Mattress porque Will descobrindo que Teri não estava grávida foi uma das pouquíssimas cenas dramáticas de Glee que não ficou forçada. Inclusive Teri é a única personagem que se manteve fiel à sua personalidade durante todo o programa;
Ep. 13 - Sectionals porque tinha realmente clima e tensão de final, as apresentações são boas e rola um final feliz;
Ep. 15 - The Power of Madonna não porque seja bom (realmente não é), mas porque é praticamente um videocover estendido da rainha do pop;
Ep. 22 - Journey to Regionals por ser uma versão “do outro lado do espelho” de Sectionals com o mesmo clima de final, mas com sabor melancólico de felitristeza.

Até setembro!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Glee S01E22 - Journey to Regionals

Tudo em seu devido lugar

O episódio final da primeira temporada de Glee acertou em tudo o que mais importava: personagens bem caracterizados, apresentações musicais simples, mas cheias de emoção e o foco na mesma mensagem que fez o seriado interessante no começo.

E assim como no episódio final de Lost, somos lembrados, obviamente de forma nada sutil, já que Glee nunca foi sobre "sutileza", que o importante são os momentos e as pessoas com quem você se conecta ao longo do caminho e não o destino final. A mensagem já está óbvia no título e fica clara já de cara numa das cenas iniciais do episódio que relembra como Quinn engravidou através do discurso que Puck usou para convencê-la a mandar ver. E, se alguém ainda não tinha entendido: a apresentação nas regionais é um "Journey Medley"!

Aproveitando para entrar no campo das apresentações: eles conseguiram passar exatamente sobre o que fala a série, pura emoção e ligação entre seus personagens "renegados". O "Journey Medley" fecha o círculo, voltando ao "Don't stop believe" que iniciou o hype um ano atrás. Mas ainda mais evidente fica quando a apresentação tecnicamente perfeita e asséptica do "Vocal Adrenaline" é sobreposta com as cenas do nascimento de "Beth" pelo lado dos Glees.

Glee não é sobre grandes apresentações com muita pirotecnia (e eles sempre erram quando vão por esse caminho), mas sim sobre pessoas comuns crescendo e se expressando através da música. E as "agora-é-pra-chorar" apresentação de "To sir, with love" e "Somewhere over the rainbow" são exatamente sobre isso. 
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Esse episódio fica pau a pau com o ótimo "Sectionals" que fechou a primeira parte da temporada. Porém, enquanto aquele era pura alegria e os personagens descobriam que eles poderiam ir muito mais longe do que se permitiam, esse é pura melancolia e deixa aquele gosto agridoce em cenas que mesclam simultaneamente felicidade com tristeza: uma mãe que abraça a recém-nascida que logo será entregue para adoção, uma apresentação que deixa todos excitados, mas que não chega nem a classificar a equipe, uma homenagem emocionante para um professor, mas cuja emoção vêm principalmente da iminente separação, e várias outras. 

O episódio têm seus pequenos problemas, ao longo do caminho, mas no que importa, ele acerta na mosca e mostra Glee no que tem de melhor!