sábado, 26 de setembro de 2009

Distante nós vamos

Esforço excessivo

Direção: Sam Mendes
Título Original: Away we go
Duração: 94 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Set/2009

Um casal aparentemente cheio de problemas a resolver sai em road trip visitando vários outros casais que são aparentemente modelos de perfeição, procurando pelo melhor lugar para criar o bêbe que está chegando. Mesmo sendo um filme relativamente alternativo, você já consegue ter uma noção de onde repousa a moral do filme.

Burt e Verona são duas pessoas normais, mas um pouco melhores do que as pessoas normais. Não porque eles acreditem que sejam, mas simplesmente porque, pensam, não estão preocupados em ser algo mais do que são. Eles não julgam os outros conscientemente, mas para poder seguir um caminho próprio e poder reafirmar o estilo de vida que eles acreditam ser o mais autêntico, eles precisam depreciar todos os outros.

O filme infelizmente só espelha a cartilha de seus personagens e se esforça demais para tentar ser mais “alternativo” do que realmente é, enquanto com um tom blasé finge que nem está tentando. No caminho, ele ataca preconceituosamente diversos estilos de vida e hipócrita define o de seus protagonistas como superior aos dos outros.

Em tempo, o roteiro é de autoria de um casal muito similar, os escritores Dave Eggers e Vendela Vida, que ao lado de outros “moderninhos” como Jonathan Safran Foer e esposa, fazem parte da nova intelectualidade cool dos Estados Unidos. Qualquer semelhança é provavelmente mera coincidência.

Em tempo de novo, apesar da resenha parecer extremamente desfavorável, o filme não é ruim, só um tanto pretensioso.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Lunar

Solidão na estação espacial versão 2.0

Direção: Duncan Jones
Título Original: Moon 
Duração: 97 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Jul/2009

(In)felizmente tudo remete a "2001, uma odisséia no espaço" em Lunar: o cenário minimalista e asséptico, silêncios prolongados e uma versão remasterizada de Hal 9000. 

Essas semelhanças são o trunfo e o revés dessa produção semi-independente (custou meros 5 milhões para a Sony) sobre um homem trabalhando numa estação mineradora na lua. É trunfo quando consegue atualizar a profundidade filosófico-contemplativa da obra-mãe, mas é revés quando mimetiza a mesma lentidão de dar sono do filme de Kubrick dos anos 60. 

Abertura caprichada, (mais uma) atuação competente de Sam Rockwell, roteiro bem amarrado, tensão na medida e ótimas idéias pra discutir pós-filme... Lunar só não é perfeito porque é vítima da lentidão e do tédio intrínsecos aos temas que trata.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O símbolo perdido - Dan Brown

Produto novo com cara de antigo 


É fácil recomendar "O símbolo perdido", o novo livro de Dan Brown: basta eu perguntar o que você achou de O código Da Vinci, Fortaleza digital, Impacto profundo etc. Se você gostou, dificilmente vai se decepcionar com esse. Da mesma forma, se você não gostou ou, como eu, não se importou muito com os anteriores, não vai se surpreender agora.

Os capítulos rápidos e de fácil leitura continuam lá, assim como os ganchos ao final de cada um deles que te obrigam a continuar virando as páginas. 

O trabalho de pesquisa sobre temas obscuros, mas que geram interesse imediato (história religiosa, vida fora da Terra etc.), está presente de novo e é executado com maestria, sendo que o espécime da vez a ser dissecado é a centenária Ordem dos Maçons.

Só que também estão de volta os personagens caricatos e sem um pingo de carisma - sendo que chamá-los de "personagens" é uma bondade, porque todos sem exceção são muito mais "artifícios" que movem (ou explicam) a história do que personagens em si. É difícil realmente empolgar-se com as inumeráveis reviravoltas da trama quando você não se importa minimamente com as personagens.

Se você trocar o nome das personagens (exceção ao protagonista que é o mesmo de dois livros anteriores), trocar o cenário de Paris para Washington, alterar ligeiramente as características do seu vilão e inserir dados sobre um tema diferente e pronto: uma versão remasterizada de O código Da Vinci.

Enfim, pelo aspecto enciclopédico, ou seja, pelas referências religiosas, mitológicas, técnicas etc.espalhadas pelo texto, assim como por seu valor como guia turístico de Washington D.C., esse é um livro bastante interessante. 
É capaz, no entanto, de você conseguir encontrar alguns textos no Wikipedia sobre os mesmo assuntos que tenham mais "personalidade".