Uma força da natureza
Publicação: Mar-Jun/10
Roteiro: Daniel Way e Marjorie Liu
Arte: Giuseppe Camuncoli
Confesso que esperava algo muito pior do que o que li nessas três últimas edições. Esse foi meu primeiro contato com o "filho de Wolverine", um personagem que conceitualmente não me agradava já de partida. Fiquei me perguntando como uma personagem tão errática, imprevisível e insuportável poderia sustentar uma série solo, mas por algumas edições, ele até consegue segurar sua atenção.
Wolverine é violento, mal-humorado, anárquico, mas ao menos ele tem um código de honra e sempre tem alguma mulher para servir de âncora, seja ela um interesse romântico ou simplesmente um side-kick (Jubileu, Kitty Pryde). Você consegue ver uma "pessoa" e não só uma máquina de matar.
Daken, por sua vez, parece ser como o Coringa do filme "O Cavaleiro das Trevas". Ele é simplesmente uma "força da natureza" trazendo o caos por onde quer que passe e acaba não funcionando como um personagem real, mas sim como um "mecanismo narrativo" ambulante.
Nessas três edições, há várias passagens isoladas legais, mas quando você olha especificamente para a participação do personagem em Siege, você percebe que não houve participação alguma. Daken quebra a cara de um soldado aliado para que ele não vá para a guerra, mas isso não contribui em nada para o roteiro; Daken inesperadamente beija o Mercenário, mas isso também não influencia em nada o enredo; As Parcas manipulam Daken para que ele traga o Ragnarok para Asgard, mas obviamente isso - mais uma vez - não dá em nada.
Enfim, como um estudo do personagem ou como uma introdução à série, essa coleção de cenas isoladas funciona bem. Não havia, no entanto, a menor necessidade dessas micro-histórias acontecerem durante o "Cerco". Quando, então, essas edições são avaliadas como parte do mega-evento, o resultado é que elas são totalmente dispensáveis.
Para fechar, vale elogiar a arte de Camuncoli que é excepcionalmente versátil e alterna suave entre quadros com muita violência e sangue para devaneios surreais. Além disso, ela consegue, assim como a arte de Miguel Sepulveda em Thunderbolts, construir verossimilhança para os cenários e te transportar com fidelidade para as ruas de Asgard e de Broxton.
Para fechar, vale elogiar a arte de Camuncoli que é excepcionalmente versátil e alterna suave entre quadros com muita violência e sangue para devaneios surreais. Além disso, ela consegue, assim como a arte de Miguel Sepulveda em Thunderbolts, construir verossimilhança para os cenários e te transportar com fidelidade para as ruas de Asgard e de Broxton.