Excesso de zelo
Direção: David Fincher
Título original: Zodiac
Duração: 157 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Jun/2007
Continuando ainda na onda das microcríticas com mais um representante da série "ótimo filme chato"...
Zodíaco conta a estória de um serial killer que aterrorizou os EUA na década de 70 e foca nas investigações da polícia e da imprensa, em especial no afinco com que um cartunista fascinado por enigmas se dispõe a desvendar os mistérios que cercam o assassino. Não faltam ao filme cenas carregadas de tensão (como a do casal à beira do lago), o clima noir é muito bem conduzido e São Francisco, palco da maior parte da (in)ação, é uma cidade perfeita para um diretor que saiba onde e como posicionar suas câmeras e David Fincher é um deles.
Fincher é preciosista, atento aos detalhes e bastante estiloso. Quando coloca todas essas qualidades no desenvolvimento de um roteiro pop e "underground" gera filmes imbatíveis como Seven - os sete pecados capitais, O clube da luta ou, com menos maestria, O quarto do pânico. Quando, no entanto, resolve esmiuçar todos os detalhes, até mesmo os mais entediantes, de estórias reais, acaba com filmes tecnicamente irretocáveis, mas desprovidos de alma, como A rede social e o próprio Zodíaco.
Porém, no caso de Zodíaco, se tivesse que apontar apenas um motivo para explicar o porque do filme simplesmente não funcionar como entretenimento seria o excesso de cenas. Três horas para contar uma estória na qual os principais desdobramentos podem ser listados em apenas uma mão é um pouco demais - tive que assistir em duas sessões e quase deixei o final para uma terceira sentada à frente da TV.
Não dá para dizer que não é muito bem feito, mas só deve ser interessante para quem já conhecia a estória e queria muito saber todos os mínimos detalhes dela - e é pouco provável que algum leitor desse blog enquadre-se na categoria...
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