quarta-feira, 9 de junho de 2010

Glee - Primeira Temporada

É ruim, mas é bom

Glee é daquela séries que você até gosta, mas não conta pra ninguém que assiste. Você sabe que é ruim, mas ainda assim continua esperando pelo próximo episódio, nem que seja para ver quais vão ser as músicas que vão aparecer e em que situação.

E a porção musical é justamente o que, na maior parte do tempo, realmente funciona. Especialmente quando os momentos musicais são inseridos no contexto ou parecem seguir naturalmente como parte e complemento da história principal. Um exemplo seria quando Artie começa a cantar Dancin' with myself numa sequência que pareceu natural ao que estava acontecendo no momento e mostrava exatamente o que o personagem estava sentindo e o que queria expressar. As cenas musicais são terríveis, no entanto, quando são simplesmente uma apresentação per se e que não fazem o menor sentido na trama como aquele coral gigantesco cantando Like a Prayer para ninguém em especial.

Já a porção comédia da série é irregular e, basicamente só funciona quando a atriz Jane Lynch está em cena com sua divertida Sue Sylvester. Suas falas são inspiradas, seu timing de comédia é espetacular e, a personagem é uma das poucas com personalidade desenvolvida e consistente. Ela é supostamente uma "vilã", mas nós conseguimos empatizar com ela e tentar entender suas atitudes. Os outros poucos bons momentos de humor ficam normalmente a cargo de Kurt, excluindo as piadas gays óbvias, e Britany, que aparece pouco, mas volta e meia solta umas inesperadas frases absurdas.

Por fim, o lado drama quase nunca funciona. Isso deve-se à irritante inconsistência das personagens entre um episódio e outro. É impossível você se importar com qualquer coisa que aconteça com elas, porque você já sabe que no próximo episódio aquilo vai ser sumariamente ignorado ou revertido em questão de segundos. Essa tendência ficou ainda mais forte na segunda metade da temporada, quando os episódios começaram a ficar cada vez mais e mais "temáticos" e os roteiristas alteravam os personagens dependendo do que fosse necessário para aquele dia específico.

A segunda temporada já chega em setembro com novos personagens e episódios especiais já programados dedicados a Britney Spears e Coldplay e possíveis participações especiais de Jennifer Lopez e Susan Boyle. Não tenho muitas esperanças de que o nível de Glee vá melhorar (o mais provável é que fique ainda mais simplório), mas, no final, o importante não levar o programa à sério e simplesmente desligar o cérebro pelos quarenta minutos.

Uma lista de alguns bons episódios dessa primeira temporada:

Ep. 01 - Pilot porque você ainda não sabia que aquelas cativantes personagens renegadas seriam tão voláteis a ponto de não ser reais;
Ep. 06 - Vitamin D pelas apresentações de mash-ups anfetaminadas de It´s my life/ e Halo/Walking on sunshine;
Ep. 12 - Mattress porque Will descobrindo que Teri não estava grávida foi uma das pouquíssimas cenas dramáticas de Glee que não ficou forçada. Inclusive Teri é a única personagem que se manteve fiel à sua personalidade durante todo o programa;
Ep. 13 - Sectionals porque tinha realmente clima e tensão de final, as apresentações são boas e rola um final feliz;
Ep. 15 - The Power of Madonna não porque seja bom (realmente não é), mas porque é praticamente um videocover estendido da rainha do pop;
Ep. 22 - Journey to Regionals por ser uma versão “do outro lado do espelho” de Sectionals com o mesmo clima de final, mas com sabor melancólico de felitristeza.

Até setembro!

2 comentários:

Pedro Ivo Rogedo disse...

Acho que você foi muito duro com Glee; contudo, devo concordar com sua análise. A série é muito pobre em termos dramáticos mesmo, se propondo a ser quase um High School Musical um pouco melhorado. De todo modo, acho que você pontuou a única atriz que tem momentos bons ali, que é quem encarna a Sue.
Abraços,

Rodrigo Zago disse...

Parece que antes de fazer Glee, a atriz fez um seriado chamado"Party Down" que também é bom. Vou dar uma olhada para ver qual é.
Como foi a festa ontem?
Abs,