Papagaiadas em Paris
Fazia algum tempo que não pegava nada do Verissimo para ler, principalmente porque as crônicas no jornal sobre futebol, banalidades ou ataques a políticos de direita não me atraem muito. Nos livros e principamente nos romances, no entanto, ele quase sempre manda muito bem.
O último romance que li dele foi O jardim do diabo, um policial instigante e divertido de ler, mas do qual não me lembro nem da história e muito menos do final agora. Antigamente era capaz de lembrar de cada detalhe do que lia ou assistia, mas a idade vai batendo e... Eu divago, assim como o personagem principal de A décima-segunda noite, eu divago... Je digresse, como diria Henri, o papagaio-narrador.
E isso é justamente a graça de "A décima-segunda noite": as digressões de seu narrador. O roteiro em si é baseado na "Noite de Reis" de Shakespeare (o título faz parte da coleção Devorando Shakespeare que reescreve grandes clássicos do autor) e como a história não foge muito de uma outra que já foi contada antes, o que vale mesmo é como ela é contada.
Henri é irônico, rabugento, arrogante e... francês. A paixão do autor por Paris e pela cultura francesa (especialmente a literatura) é evidente nas palavras e nas digressões do papagaio.
O livro é curto e uma ou duas tardes na praia devem ser o suficiente para terminá-lo - leitura fácil e agradável. Quem já leu e gostou de outros romances de Veríssimo, com certeza vai gostar desse também.
2 comentários:
Vou procurar! "Borges e os orangotangos eternos", já leu? Recomendo!
Já entrou para lista de leitura já (aquela que só aumenta, não importa o quanto você leia)!
Valeu pela dica!
Abração
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