sábado, 14 de novembro de 2009

Manipulador de Cérebros

A Experiência dos Cubos Mortais

Direção: Jonathan Liebesman
Título Original: The Killing Room
Duração: 93 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Mai/2010

Antes sequer de começar, uma digressão: como ninguém conseguiu pensar em um nome melhor para traduzir "The Killing Room"? Sala da Morte? Quarto Mortal? O Quarto Branco? Experimento Mortal? Não sei, mas qualquer outra coisa parece melhor do que o título escolhido. No mínimo, retirar "Cérebros" já ajudaria, porque certametne "Manipulador de Mentes" soa bem melhor.

Enfim, o filme de Jonathan Liebesman ("O massacre da serra elétrica") mostra uma psicóloga sendo testada para uma vaga em que ela precisa fazer observações sobre o perfil de quatro participantes de um experimento. Ele conta com ótimas performances de Chloë Sevigni e Peter Stormare (frios e sádicos na medida correta), assim como de Timothy Hutton, Clea DuVall, Shea Whigham e até mesmo do rapper/apresentador de programa infantil Nick Cannon (irreconhecível).

Ainda que o filme seja um pouco lento no começo, a partir de determinada cena, o clima fica tenso e as situações vão escalando ininterruptamente. Sem apelar para violência física além do necessário e atendo-se muito mais ao aspecto psicológico, o filme tem bons momentos no estilo "Zoológico Humano" ou "A Experiência".

O quarto branco e espartanamente mobiliado, os ruídos intermitentes ao fundo quase imperceptíveis no começo que crescem ao longo da projeção e também as vozes à la "lançamento de foguete da NASA" que volta e meia interrompem o fluxo narrativo, todos esses elementos juntos conseguem criar o clima sufocante e ameaçador ideal para esse tipo de filme.

Bem, ok. Até aqui nada justificaria o Código 2 estampando essa crítica lá em cima, mas a verdade é que nos detalhes e nas cenas individuais não há nada realmente ruim com o filme. O problema só aparece quando você analisa o pacote completo.

Leia com cuidado o próximo parágrafo, revelações possivelmente indesejadas adiante (SPOILER ALERT!).

Dois problemas gravíssimos e centrais afligem "Manipulador": a suposta protagonista simplesmente não precisaria existir e a justificativa para o experimento não se sustenta quando você reflete um pouco mais sobre ela.

Em relação à primeira e menor falha entre elas, considere que o eixo narrativo do filme se constrói ao redor do dilema de Ms. Reilly (Sevigni) em aceitar ou não a missão que estão lhe propondo. A história é contada tendo essa personagem como observadora e ela é de certa maneira "os olhos do expectador". Existe um esforço da atriz surpreendente na construção dessa personagem e um trabalho minucioso de passar com olhares todos seus conflitos internos. Câmera e trilha sonora pontuam e acentuam cada um desses momentos. Esses fatores nos fazem crer que ela e seu dilema têm alguma são o cerne da trama.

Porém, quando você chega aos minutos finais descobre que... Ms. Reilly não precisaria nem existir. Não é difícil você verificar esse argumento: edite mentalmente o filme e retire todas as cenas em que ela aparece. Alguma coisa mudou? Pode ter certeza de que não. Afinal, a única cena em que ela efetivamente interferiria no enredo passa-se dentro de sua própria cabeça.

É extremamente frustrante para um expectador gastar energia se envolvendo com uma personagem, tentando entender o que vai justificar suas decisões e ela simplesmente não tomar nenhuma no final e não ter qualquer influência no roteiro.

Ok. Você poderia viver com essa falha certamente. Sigamos para o segundo problema: a justificativa para o experimento (e, portanto, para a existência do filme) é identificar pessoas que estejam dispostas a morrer por um bem maior para que elas possam futuramente ser utilizadas como bombas humanas. 

É justo questionar então: essa é a melhor e mais eficiente maneira de se descobrir esse tipo de pessoa? E, mais importante, porque diabos você precisa dessas pessoas como bombas humanas?

Se qualquer uma dessas respostas não for satisfatória, o filme passa a ser um mecanismo funcionando pela simples razão de ser um mecanismo. Você assiste pessoas respondendo perguntas sem resposta, tentando escapar de uma sala intimidadora e ficando desesperadas a cada morte de uma delas simplesmente porque é "legal" ver pessoas nessa situação.

Vamos à primeira das perguntas. Como identificar alguém que estaria disposto a morrer pelo seu país? A mais direta das respostas seria: perguntar! E o filme admite esse buraco na hora em que Ms. Reilly observa que eles já haviam identificado o candidato pelos questionários e que não havia razão para todo o resto. Outra idéia é começar a sua busca entre pessoas que, por princípio, estariam dispostas a morrer pela pátria, ou seja, os militares. Patriotas que vão, em alguns casos, voluntariamente para a guerra. Obviamente nenhuma dessas duas respostas permitiria que esse filme existisse, então vamos em frente.

Mas e quanto à resposta do filme para a segunda pergunta: Porque você precisa dessa pessoa? "Para enfrentar nossos inimigos terroristas no seu mesmo campo de batalha" (ou algo parecido). 

Pare e respire. Isso faz algum sentido?

Estamos falando dos Estados Unidos, o país com bombas nucleares, mísseis teleguiados capazes de acertar uma formiga do outro lado do mundo, um exército de supersoldados hi-tech? Esses Estados Unidos?

Depois que eles tiverem "doutrinado" esses candidatos, os tais civis "convertidos" vão fazer exatamente o que? Vão se infiltrar em uma aldeia no Afeganistão ou no Iraque e quando os inimigos menos esperarem vão se explodir e levar algumas cabras e outros civis junto com eles? Vão sequestrar um avião com destino à Teerã e atirá-lo contra alguma Mesquita?

A verdade é que não há ponto nenhum no filme que acabamos de assistir. É apenas um grupo de pessoas colocando outro grupo de pessoas em um experimento que é legal pelos simples fato de ser um experimento.

"Manipulador de Cérebros" (arghh) termina e te abandona com dois sentimentos conflitantes. Frustrado porque o desfecho descontrói e torna irrelevante tudo o que aconteceu antes, mas satisfeito por ter ficado tenso, empolgado e curioso durante todo o restante do filme. Esse segundo sentimento faz o filme ter um mínimo valor.

12 comentários:

Queijo disse...

Juntando as duas falhas que voce levantou, ainda temos uma cena em que Ms Reilly afirma conhecer uma forma mais eficiente de detectar a APOPTOSE, mas nao me lembro de ouvi-la explicitando essa forma em nenhum momento. Ou seja, ela poderia ter tido um papel relevante na trama e nao teve. Mas isso certamente deixaria evidente o equivoco do experimento e o proposito do filme... Mas tirando esses questionamentos de lado, gostei muito do filme!

borges disse...

bem, vi esse filme há algum tempo e também fiquei surpreso quando vi a tradução dele. até então killing room era como eu chamava (e, provavelmente, vou continuar chamando). gostei como ele começou, descartando direto a mulher que parecia ser uma das principais. o filme é tenso mas é isso só. o alemão a experiência consegue muito mais sem muita frescura. valeu o 2.

Unknown disse...

Tirando as falhas, eu gostei muito do filme, me deixou preso.. querendo ver o ia acontecer com o último sobrevivente!

Badchrono disse...

É um bom filme, ótima direção, o ponto que pecou foi justamente o desfecho, cadê o segundo filme?

Os erros olhando no contexto atual realmente não fazem sentido.

O governo quer gado, não pessoas que podem gerar revoltas.

Unknown disse...

Achei sem nexo o filme, muitas expectativas para um péssimo desfecho! Foi um dos piores filmes que já assisti...Perda de tempo total!!!

Anônimo disse...

O experimento foi apenas para a Ms Reilly, ela era o centro do experimento, era ela que estava sendo testada na verdade, os outros eram apenas simples cobaias. Ela passou e esse é o sentido do MK-Ultra: testar pessoas que não se importam com o bem estar do próximo para trabalhar nos órgãos secreto do governo americano.

Anônimo disse...

Experimentação ilegal tortura mutilação e assassinato

Quadrilhas regionais dispositivo de comunicação privada através da interface cérebro computador para torturar pessoas.
O equipamento permite o envio de sons da fala e ruído p o interior do crânio humano. O processo é o mesmo processo da telefonia celular só que o receptor é o cérebro, ele oferece um meio ideal para o roubo de informações e invasão completa de privacidade e tortura mental já que todos os pensamentos podem ser lidos em seguida senhas números e PIN e segredos pessoais ñ podem ser guardados momentos íntimo estão sujeitos a todos os tipos de comentários perniciosos e observações provas podem ser recolhidas para chantagem com enorme facilidade todos os erros ou lapsos morais de seu passado são objeto de uma revisão usam barulho p atormentar a vítima além de privação do sono e intensa tortura física e mental num intuito de induzir ao suicídio e violência.
A mídia mundial encoberta esse tipo de crime pessoas estão sendo torturadas à mais de trinta anos sem terem o direito de defesa. O governo tem a responsabilidade indiscutível de iniciar uma investigação imediata sobre esses criminosos que abusam do poder através de uma arma de energia dirigida ao cérebro humano. Com o surgimento de uma nova tecnologia que permite a fusão do cérebro humano à onipresença dos computadores à antenas de radiofrequência e satélite usada largamente contra a população mundial por assassinos torturadores e mutiladores de seres humanos inocentes oque sugerem que as vítimas façam?

Anônimo disse...

Meu nome é Marisa sou vítima brasileira do MK ULTRA.

marisanogueira123@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Usam pessoas que são consideradas descartáveis sem pena e nem dó.
Onde está escrito na Constituição brasileira que seremos escravizados e reduzidos meros ratos de laboratórios por psicopatas de plantão.

Anônimo disse...

Invisível CRIME isso é real seremos escravizados e vigiados através dos nossos olhos e pensamentos, ninguém está imune de se tornar uma vítima, uma arma não letal onde o operador de um local remoto tem acesso total as imagens que a mente emite e permite o envio de sons p o crânio da vítima 24hs online com os delinqüentes. Alguém sabe como de desativar esse sistema de tortura por satélite.

Unknown disse...

Gostei muito do filme, gostaria que tivesse uma continuação, qualquer um que gosta de um tipo de tortura, suspense, fica preso nesse filme!
O que pode talvez ser decepcionante é o final voltar ao início e não ficarmoa sabendo enfim o que acontece no final dos experimentos... afinal, qual o motivo de tudo?
Faltou uma continuação...

Unknown disse...

Concordo. Ela é o experimento, tanto que nos minutos finais ela se recusa ajudar, certo nem teria como, mas demonstra que aquele sujeito é indiferente, nem mesmo uma palavra. Ele conseguiu manipular a mente dela. A ideia central era ter pessoas sem compaixão.