domingo, 11 de abril de 2010

Human Target - Primeira Temporada

Exagerado, inverossímel, divertido

Human Target é daquelas séries que você não precisa seguir, pode assistir só um episódio isolado e ele provavelmente será suficiente. E você vai ficar feliz de saber que se um dia quiser, ainda tem alguns outros para ver. Teoricamente baseado na série da DC Comics, Human Target na TV, além do nome, traz dos quadrinhos apenas a idéia do guarda-costas que muda de identidade a cada nova missão para proteger o seu cliente.

Jonathan E. Steinberg, cujo única outra grande obra do currículo é a finada, mas saudosa, Jericho, produz e escreve o show. Ele consegue mater o ritmo primorosamente e cada bloco desenvolve uma nova ameaça/problema rodeado por diálogos rápidos e divertidos (ainda que nem sempre muito originais).

Human Target foca em três personagens fixos: Christopher Chance, seu sócio Winston e o resolve-qualquer-parada Guerrero. Chance é interpretado por Mark Valley, ator/dublê que já fez várias pontas e alguns personagens recorrentes em outras séries, mas que nunca tinha pego nenhum papel fixo mais relevante. O personagem é efetivamente o Alvo Humano do título e apesar de em teoria ter que mudar de identidade a cada caso, ele se mostra sempre o mesmo espertinho de respostas rápidas e sorriso irresistível para qualquer mulher. Mulheres que, obviamente, no princípio vai odiá-lo e menosprezá-lo, mas que acabará se entregando no final.

Chi McBride de Pushing Daisies, interpreta Winston, o ex-policial pé no chão e sensato com quem o expectador deve se identificar (é ele que vai verbalizar a inverossimilhança dos acontecimentos, enquanto os outros dois agem como se tudo estivesse dentro da mais perfeita normalidade), mas é geralmente o personagem bizarro de Jack Earle Hayle, Guerrero quem rouba a cena. Não à toa: Hayle é o interpréte de Rorschach em Watchmen, Freddy Krueger no remake de A Hora do Pesadelo e foi indicado ao Oscar pelo pedófilo de Pecados Íntimos.


As "Chance Girls" por sua vez são majoritariamente fracas em suas qualidades cênicas, mas obviamente as compensam com outros atributos. Elas infelizmente acabam sendo também um dos pontos baixos da série que em uma temporada inteira não conseguiu transformar nenhuma em genuíno interesse romântico para o personagem principal. Em cada episódio, uma nova beldade aparece, flerta e desaparece no esquecimento ao final. Exceção para a agente do FBI , que apesar de ser a mais bela de todas, é também uma das mais fracas em interpretação: ela consegue dois episódios, sendo que o segundo é um dos mais importantes para o enredo de "longo prazo".

Em apenas doze episódios de quarenta minutos, Chance escapa de um trem bala desgovernado, enfrenta terroristas em um avião em queda, um monastério no topo de uma motanha gelada no Canadá, invade uma embaixada, tenta conseguir o antídoto para um veneno que vai matá-lo exatamente no tempo que dura o episódio, embrenha-se na selva peruana para resgatar um pesquisador, impede o assassinato de um chefe de estado, participa de um torneio de boxe e uma seqüência de outras aventuras que um ser humano normal não experimentará nem em uma dezena de encarnações.

Em paralelo, uma história mais interessante e mais pessoal vai construindo-se Ela envolve um passado que Chance tenta esquecer e detalhes de como os três personagens principais vieram a trabalhar juntos. Aos poucos, e com alguma conexão, por mais tênue e frágil que seja, com o caso da vez, vamos descobrindo os momentos definidores do personagem principal e entendendo cada vez melhor suas motivações para fazer o que faz (não espere, certamente, um tratado de psicologia)

Segue um dos promos da série que foi ao ar antes do lançamento em janeiro desse ano e dá uma boa idéia do que esperar dela:

A série tem o bom senso de não se levar muito a sério em nenhum momento. Uma prova disso é o trailer estilo video-game abaixo:

Human Target também conta com uma ótima seqüência de abertura. Talvez não tão boa quanto as de Justified, True Blood, Dexter ou Six Feet Under, mas certamente uma que vale a conferida:


Para conferir as informações oficiais sobre a nova temporada que deve estrear na próxima semana (17/11), é só seguir o link até o site da FOX clicando aqui.

3 comentários:

Henrique disse...

NÃO VAI FALAR NADA SOBRE WALKING DEAD??????

Rodrigo Zago disse...

Certamente! Mas ainda não consegui assistir nem o primeiro episódio! Estou devendo essa ainda...
E você? O que achou?

Henrique JB disse...

Estou acompanhando em cima do lance. Já te perguntei (acho até que mais de uma vez, hehe) como é que pode a HQ estar na edição 70, com um tema já tão batido. Você disse que era graças ao trabalho com os personagens. Agora pude conferir e dizer que concordo plenamente.