sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Onde vivem os monstros

Monstruosamente Complicado

Direção: Spike Jonze
Título Original: Where the wild things are
Duração: 102 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Jan/2010

Só quando me preparei para começar essa resenha descobri que a similaridade que senti com dois filmes completamente diferentes tinha uma razão de ser. Dave Eggers, roteirista de Distante nós vamos, escreveu também a adaptação do texto de Onde vivem os monstros.

É um reflexo dele a natureza levemente pernóstica de ambos os filmes, que tentam ser muito mais do que são, mas fingem que não se importam. Em Onde vivem os monstros o autor pega um livro infantil de mais de cinquenta anos que encanta com muitas ilustrações e poucas frases em menos de quarenta páginas e estica o argumento a base de muita  confusão pseudo-psicológica, manifestações imaginárias de caráter freudiano e blá blá blá.  

Ainda que agradável de assistir e poderoso em cada cena isolada, o filme, que até é bem menos “estranho” que obras anteriores do diretor como Quero ser John Malkovich e Adaptação, não funciona no conjunto completo como esses dois. Ao final de qualquer um dos outros dois filmes, por mais confuso que você tenha ficado, você consegue montar o quebra-cabeças em sua cabeça e colocar cada um dos elementos que foram aparecendo no caminho dentro do contexto. Em Onde vivem os monstros, nem mesmo há um grande quebra-cabeças a ser ser montado, apenas uma peça e ela muda de forma e tamanho o tempo todo.

Quando você enxerga uma cena sob uma determinada ótica, ela tem uma beleza poética e um simbolismo fantástico. Quando logo em seguida o mesmo elemento, isto é, a metáfora por trás de cada um dos monstros, parece  ser de uma natureza completamente diversa, a anterior acaba perdendo um pouco da lógica que a tinha deixado tão boa.

Assim como Distante nós vamos, Onde vivem os monstros é um bom filme, que só não é melhor porque tenta ser mais do que deveria ser e ainda tem a pachora de se passar como a "fantástica aventura de um garoto e sua fértil imaginação". Tá bom então...

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