quarta-feira, 3 de março de 2010

Invincible Iron Man #20-24

Um passeio pela mente culpada de Tony Stark

Editora: Marvel Comics
Publicação: Jan-Mai/10
Roteiro: Matt Fraction
Arte: Salvador Larroca



Com "Stark: Disassembled", a Marvel completa finalmente a sequência de retornos da Trindade de seus Vingadores. Após a "ressurreição" religiosa-mitológica de Thor e a viagem no tempo do Capitão América, temos agora a jornada mental do Homem de Ferro e olhando para essas três histórias, nada parece mais coerente.

Stark sempre foi o cérebro dos Vingadores, assim como o Capitão América é o coração e o símbolo de valores nobres atemporais e, por sua vez, Thor é a manifestação do poder da fé no sobre-humano ou no "divino". Seus "retornos" são estruturados para representar aquilo que mais os define.

A história em si é bem "literária": pouca ação e muitos diálogos (ou monólogos). Apesar de estar em coma, Stark fala muito durante todas as cinco partes dessa trama, seja em vídeo ou em devaneios. Ele consegue mobilizar praticamente todo seu elenco de apoio (mais Thor e Capitão América) e garantir a participação de cada um deles no seu reboot (mesmo que para isso, seja preciso forçar muito a barra em alguns casos).

O destaque fica para os dilemas de Pepper Potts (sendo lançado à época do filme, essa personagem não poderia ficar sem destaque) que são muito mais relevantes do que os do protagonistas e o prenúncio do desenvolvimento de um triângulo amoroso com Maria Hill aumenta ainda mais o interesse.

Para não dizer que não falei sobre isso: uma tentativa de assassinato é enfiada na história para poder criar alguma tensão ou proporcionar pelo menos umas mirradas cenas de ação. Simplesmente não funciona. Seria melhor ter passado sem ela e ter encurtado a história para três ou quatro partes.

O resto é uma jornada pela mente comatosa e atormentada pela culpa de Tony Stark até o seu despertar que não consegue fugir do óbvio de histórias desse tipo. Mas pelo menos há muitas sequências belamente desenhadas ao longo do caminho.

As capas também são um pequeno espetáculo à parte e muito desse arco é exatamente isso: um banquete no visual, porém um tradicional feijão-com-arroz no roteiro.

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