sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A fita branca

Penitência


Direção: Michael Haneke
Título Original: Das Weisse Band
Duração: 144 min
Idioma: Alemão
Lançamento: Set/09

Inadvertidamente, assisti ao A fita branca de Michael Haneke e não entendi o auê. Digo inadvertidamente porque não liguei o diretor ao filme e não me lembrei de que ele era o responsável pelo insuportável Caché de alguns anos atrás. Se tivesse pego essa referência não teria me dado ao trabalho de assistir a quase duas horas e meias de lentas cenas em preto e branco que não levam a lugar algum.

Recordava-me que na época em que foi lançado no Brasil, a crítica falou bem do filme, alguns amigos mais intelectualizados o "amaram" e, ingenuamente, coloquei na lista de filmes a ver e fui sempre inconscientemente deixando-o para depois. Era só ter relido algumas resenhas da época para ter a certeza de que ele seria chato. Muito se falava das metáforas, do contexto histórico, de interpretações profundas e blá, blá, blá... Nenhum indício de diversão envolvida.

Se não me fiz claro ainda: A fita branca é chato, muito chato. 

E é o pior dos tipos de filmes chatos, porque é o chato que sinaliza que vai deixar de sê-lo e te impede de simplesmente abandoná-lo.

Normalmente, você percebe que caiu numa cilada já nos primeiros dez a quinze minutos do filme, como com I'm a cyborg, but that's ok ou, mais recentemente, Amor e outras drogas (esse precisou de menos de três minutos). Eu acabo continuando a ver o filme, para poder resenhá-lo depois, mas arranjo outra coisa para fazer enquanto isso (checar e-mails, brincar com o cachorro, etc.) e não precisar me concentrar em algo que, no máximo, vai ser medíocre.

Em A fita branca, a situação é diferente porque, desabafo feito e com um pouco mais de objetividade, ele realmente apresenta um retrato interessante e muito bem feito de uma época, algumas cenas isoladas são verdadeiramente carregadas de bastante tensão e há uma iminente ameaça e um horror implícito em todas elas. 

Então você continua, aguentando estoicamente as cenas mais lentas ou aparentemente despropositadas e os núcleos narrativos que parecem não acrescentar muito à trama principal - supondo que há uma e que você entendeu qual é ela. E o esperado clímax parece estar sempre quase a chegar, mas, quando menos você espera, os créditos já estão subindo pela tela. É similar àquelas músicas eletrônicas em que a velocidade da batida vai aumentando, o refrão parece estar chegando e de repente... nada, volta pro começo e a tudo continua na mesma.

Consigo até acreditar que muita gente sinceramente viu nesse filme uma obra-prima e recomendo para aqueles que acreditam que também vão gostar, mas eu particularmente só queria as minhas duas horas e meia de vida de volta (ou um pouco mais se somar às de Cachè a elas)...

Ok, capitulo e aceito que minha inteligência e sensibilidade são limitadas demais... Um blockbuster pra viagem, por favor!

4 comentários:

Henrique JB disse...

Por coincidência, na próxima edição de Justiceiro, vou "homenagear" Caché. Digo isso entre aspas porque desenvolvimento do filme era carregado de tensão constante, a sombra de uma tragédia iminente, que me fez não desgrudar o olho até... bem, no fim das contas, foi decepcionante. Mas a idéia que moveu o filme - alguém oculto filmando a sua vida - é muito boa.

Rodrigo Zago disse...

Quando tiver sido publicada, me avisa para eu dar uma olhada!

Flavia disse...

Nossa.. somos duas! acabei de assistir esse filme. e não entendi ABSOLUTAMENTE NADA NADA NADA!!!!

Rodrigo Zago disse...

Não se preocupe, Flávia! Estamos longe de ser os únicos...