sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pânico na neve

Personagens genéricos à mercê da natureza


Direção: Adam Green
Título Original: Frozen
Duração: 93 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Mai/10

Não cheguei a ver Mar Aberto, aquele filme sobre o casal naufrágo às voltas com ensolação, desidratação e tubarões, mas lembro-me que foi daqueles em que as pessoas amaram ou odiaram. Acho que Pânico na Neve, dada premissa e execução que, aparentemente, são menos que idênticas, porém mais que semelhantes às de Mar Aberto, deve causar (ou ter causado, já que o filme já saiu do cinema há um bom tempo) o mesmo tipo de reação. 

Eu particularmente não sei dizer, dos dois grupos, em quais (ou se em algum) me encaixo.

Se por um lado sou obrigado a congratular o diretor e roteirista Adam Green por ter conseguido, na maior parte dos aproximados noventa minutos de filme, manter a tensão esperada e ter garantido que por mais rasos e irritantes que fossem seus personagens (e talvez justamente por isso), você não conseguisse ir fazer algo de mais interessante com seu tempo e sadicamente ficasse esperando pra ver quão pior a situação poderia ficar, por outro, sou obrigado a congratular minha própria resistência a uma trilha sonora adolescente esquecível, rostinhos bonitos inexpressivos, diálogos clichês e sem imaginação, personagens irritantes e elementos narrativos fora de contexto.

Como praticamente a totalidade desse filme "monocenário" está calcada na relação de três personagens que falam e falam e falam, espera-se que o conteúdo dessa conversa e os personagens envolvidos nela sejam minimamente interessantes. No entanto, os personagens são tão genéricos e chatos que você fica sem saber se o roteiro quer que você torça por eles, como de costume, ou torça para que eles sofram o máximo possível. De qualquer maneira o objetivo de te manter grudado em frente à tela é atingido.
Infelizmente, gostaria de poder discutir também sobre um elemento central da trama cuja presença, essencial ao roteiro, tirou uma boa parte da credibilidade da história para mim. Isso, no entanto, estragaria a surpresa para quem ainda pretende assistir o filme. Então contento-me apenas em comentar (aqueles que já viram a película talvez entendam) que há um elemento alienígena ao cenário e à situação propostos que, se eu descobrir ser coerente, vai me manter longe de qualquer pista de esqui para o resto da vida.
Ainda em cima do muro, deixo a sugestão apenas para aqueles que realmente gostam de sofrer, seja com um filme tenso e claustrofóbico, seja com um filme de diálogos e interpretações medianos.

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