sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Amor e outras drogas

Droga de filme


Direção: Edward Zwick
Título Original: Love and other drugs
Duração: 113 min
Idioma: Inglês
Lançamento: Nov/10

O começo de Amor e outras drogas é ruim de fazer sair do cinema ou, no meu caso, de desligar a TV. Mesmo quando, dias depois, permiti que ele seguisse na tela como "som ambiente" enquanto resolvia outras coisas na sala, volta e meia eu era lembrado do porque tinha desistido da primeira vez. A macarena pirotécnica na apresentação das drogas da Pfizer é constrangedora, a cópia barata e sem graça de Jack Black que interpreta o irmão do protagonista é ridícula, o efeito cômico desejado dos exageros e dos constrangimentos não possuem atores à altura para levá-los a cabo ou simplesmente fazem humor com assuntos que não têm graça.

Jake Gyllenhaal é o vendedor ambicioso e mulherengo e Anne Hathaway, a autêntica e indepente artista/garçonete que sofre com o estágio inicial de Parkinson. O casal consegue demonstrar química, especialmente nas inúmeras cenas em que contracenam nus (haja concentração no texto) e o relacionamento quase chega a fazer sentido e despertar alguma emoção. Porém, tudo é hiperlativo, as atuações são exageradas, os diálogos não são naturais e não há química entre atores que resista a inexistência de personagens de verdade se relacionando. E certamente não é culpa dos dois, já que, em um estilo completamente diverso, eles tornaram crível o relacionamento disfuncional e desprovido de amor de seus personagens em Brokeback Mountain.

Isso tudo sem nem discutir a suposta crítica sobre a indústria farmacêutica - o filme atipicamente usa os nomes e marcas verdadeiros das companhias que cita e, apesar de mostrar um mundo assepticamente inescrupuloso, as drogas funcionam e são um sucesso (pode passar na farmácia mais próxima depois do filme). E tem ainda a evolução da doença de Hathaway, que, para simbolizar bem o clima "fake plastic trees" do filme nunca chega a realmente a de forma   visual apresentar o drama que supostamente deveria ser.

Existe salvação para as comédias românticas ainda?

2 comentários:

Papai disse...

É engraçado perceber que o tom de acidez continua o mesmo sendo para uma crítica de cinema ou um assunto da economia global!

Rodrigo Zago disse...

Aaaaaah... Isso é maldade.
Nas duas críticas anteriores a essa, só falei bem dos filmes.
É que esse realmente tinha pouca coisa que salvava.
Em tempo: nem sabia que você tinha um blog!